PROTESTE pedirá a ANVISA a fiscalização de BCAA


Nesta quinta-feira, 18, a PROTESTE, Associação de Consumidores, divulgou uma pesquisa onde foram avaliados 12 rótulos de produtos comercializados como aminoácidos de cadeira ramificada (BCAA), muito popular entre os praticantes de atividade física. Foi constatado que nem sempre os dados impressos na embalagem correspondem ao conteúdo oferecido no produto. Além disso, a falta de informação sobre a quantidade a ser ingerida pode trazer dúvidas ao consumidor.  

O que é? 
O BCAA é formado por três aminoácidos da chamada cadeia ramificada: leucina, isoleucina e valina. Entre outras funções, estudos mostram que eles ajudam na reconstrução muscular. A sigla vem do inglês branched-chain amino acids (aminoácidos de cadeia ramificada, em tradução livre).
O teste teve como objetivo verificar, em laboratório, a veracidade dos rótulos desses produtos, ou seja, conferir se as quantidades de leucina, isoleucina e valina apresentadas são as mesmas informadas nos produtos.

O teste 
Para isso foram analisados os produtos das seguintes marcas (todos em pó): Optimum Nutrition Powder, Atlhetica 2.1.1, Integralmédica  4.1.1, Muscle Pharma 3.1.2, Midway  Powder, Vitafor 2.1.1, Universal Nutrition Stack, Dymatize Nutrition  2.1.1, Probiotica Powder, Max Titanium  4.1.1, Body Action 12.1.1, New Millen 2.1.1.

Durante análise minuciosa do rótulo, a PROTESTE constatou que todos os produtos trazem informações em português, número do lote, data de validade, entre outras exigências estipuladas pela Anvisa. Já a data de fabricação foi detectada em apenas três – Optimum Nutrition Powder, Vitafor e Dymatize Nutrition. Embora esse dado não seja obrigatório, a Associação julga que é importante para o consumidor pois assim é possível optar pelo produto fabricado mais recentemente.
Segundo as normas da ANVISA para alimentos em geral, as informações nutricionais, contidas em um rótulo podem ter até 20% de variação (para mais ou para menos) em relação à quantidade real que o produto apresenta. Nesse caso, são três os produtos considerados em desconformidade: Body Action, Probiotica Powder e New Millen. O primeiro mostrou ter 26% a menos de isoleucina e, o segundo, 23% a menos de valina do que o prometido no rótulo. Já no último, identificamos teores de isoleucina e valina inferiores ao indicado – 34% e 31%, respectivamente.    
O fato de haver diferença entre o valor trazido no rótulo e o encontrado em laboratório não traz riscos à saúde. Entretanto, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) impõe ao fabricante o dever de indicar, de forma clara e precisa, as características do produto, além disso, essa diferença tende a impactar no resultado pelo consumidor. Ou seja: pode ser que o objetivo traçado não seja alcançado ao consumir regularmente o BCAA.
Além disso, como já mencionado, o BCAA é formado só por aminoácidos: não deveria existir outros nutrientes em sua composição. No entanto, em uma análise dos rótulos, foi visto que há marcas que adicionam carboidrato ao produto. São elas: Athletica, Muscle Pharma, Midway Powder, Vitafor, Max Titanium e New Millen. Assim, principalmente quem segue um cardápio com baixa ingestão de carboidrato precisa checar sempre o rótulo para evitar que o consumo do BCAA acabe atrapalhando a dieta.  

 O consumidor deve ficar atento às quantidades de aminoácidos por porção
Um aspecto importante é que apenas 5 marcas mostram a relação porção x peso, ou seja, para que peso aquela porção, dita no rótulo, é indicada. A ANVISA exige que o valor total por porção de leucina, isoleucina e valina deve corresponder a até 100% das ingestões diárias recomendadas (IDR), segundo o anexo B da Portaria SVS/MS n. 222/1998. Porém, se essa informação não está no rótulo, não tem como o consumidor saber qual é a dose recomendada daquele produto para o seu peso.
 Ao fazer uma conta rápida, por exemplo, quem pesa em torno de 70 kg sabe que deve ingerir meia porção, caso na embalagem de um determinado produto venha especificado que a porção inteira é destinada a uma pessoa de 143 kg. Daí a importância de esse dado estar presente na rotulagem – isso evita maior consumo de BCAA do que o necessário.
Porém, apenas cinco marcas avaliadas trazem essa relação entre peso e porção: Integralmédica, Muscle Pharma, Universal Nutrition, New Millen e Vitafor. Na embalagem dessa última a informação vem ainda mais detalhada, com a especificação da quantidade a ser ingerida de acordo com diferentes faixas de peso.
A ingestão exagerada do produto dificilmente traria problemas à saúde. Por outro lado, tende a prejudicar o bolso. Levando em conta o exemplo anterior, imagine que quem pesa 143 kg consuma um pote de BCAA por mês. Se a pessoa que pesa em torno de 70 kg não encontra dados sobre peso e porção no rótulo, vai acabar comprando um pote por mês, enquanto poderia adquirir um a cada dois meses.  
Contudo, o consumidor precisa sempre ter em mente: a melhor forma de incluir o BCAA à dieta é por meio de orientação profissional. Por isso, a PROTESTE reforça a recomendação de consulta a um médico ou nutricionista. Só assim o consumidor fará uso adequado do produto e, consequentemente, vai alcançar mais facilmente o resultado esperado.

Diante disso, a PROTESTE, além de pedir para ANVISA a fiscalização desses produtos, irá requerer que o regulamento passe a comtemplar a necessidade de informar a relação entre peso e porção. Assim, fica mais fácil para o consumidor identificar o teor de BCAA que deve ser ingerido de acordo com seu peso.


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