Sharks n’Dresses - Mergulho com tubarões nas Bahamas

Fotos: Alexandre Socci


Com o objetivo de chamar a atenção do mundo sobre a matança desenfreada e cruel dos tubarões que têm um papel importantíssimo no equilíbrio dos mares, Karina Oliani convidou o fotógrafo e amigo Alexandre Socci para uma sessão de fotos subaquática em um santuário de tubarões nas Bahamas.
Com 5 quilos de lastro na cintura em uma profundidade de 18 metros, sem nadadeira e sem máscara, usando vestidos longos de festa do grande etilista Arthur Caliman, a mergulhadora passou um dia inteiro de olhos abertos na água salgada rodeada por tubarões, os vestidos de uma certa maneira impediam seus movimentos, prendendo a respiração durante aproximadamente dois minutos diversas vezes para conseguirem o “click perfeito”.
Em uma situação indefesa e sem proteção, esse ensaio, intitulado Sharks n’Dresses, provou que esses animais não são  assassinos. Estima-se na realidade que 100 milhões de tubarões são mortos pela indústria pesqueira todos os anos. E a expedição não parou por aí.
Conheça Karina Oliani (matéria publicada na edição 84)
Ela tem apenas 32 anos de idade e uma vasta experiência nos esportes radicais. Médica e multiesportista, Karina Oliani possui muitas conquistas e realizações pioneiras. Desde criança seu fascínio sempre foi por atividades radicais.

“Minha mãe comenta que brincava de casinha com minhas irmãs, Karoline e Nathali, e amarrava uma
 corda em minha cintura e já escalava minha casinha e falava que um dia escalaria o Everest, 
acho que nasci assim”, relata. 
Aos 12 anos de idade, Karina fez seu primeiro salto de paraquedas (duplo) e concluiu seu curso de mergulho autônomo. Com 17, já era bicampeã brasileira de Wakeboard e recordista em Apneia. Karina também pratica muitos outros esportes como: Escalada em rocha, Motocross, Canoagem (caiaque), Rapel, Snowboard, Surf, Paraquedismo, Montanhismo, Bung Jump, Corridas de orientação, Hipismo, Stand- up, Downhill, Jui-Jitsu, Esqui Aquático, Snowmobile, Asa-delta e Sandboard. Ufa, e ainda tem mais. Karina também é piloto privado de helicóptero e tem licença da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).

Com este vasto currículo no meio esportivo, Karina ainda é formada em medicina e é a única médica brasileira a ter o título de especialista de medicina de emergência e resgate em áreas remotas. Karina também é apresentadora de TV e atualmente apresenta a série do Canal Off (Globosat) chamada “ Do Jeito Delas” junto com sua irmã também médica Nathali Oliani.

Especializada em nutrologia, ela ainda trabalha em um dos pronto-socorros mais movimentados de São Paulo, viaja constantemente e ainda assim encontra tempo para treinar diariamente.  

Em 2013, mesmo com essa rotina intensa de trabalho e treinamento, Karina partiu para sua maior e mais difícil missão: chegar ao cume do Monte Everest. Foram dias de aclimatação, enfrentando nevascas e diversas dificuldades. Em uma escalada bem difícil por causa dos fortes ventos, Karina foi obrigada a dormir uma noite na Zona da Morte, a 8.000 metros de altitude, no acampamento local onde normalmente um alpinista fica apenas algumas horas. Karina foi obrigada a passar mais de 30 horas no acampamento aguardando a melhora no clima. Karina é hoje a mulher brasileira mais jovem a chegar ao topo do mundo.

Mesmo com as dificuldades que enfrentou por lá, Karina não pensa em parar. Seu sonho é escalar as sete maiores montanhas do planeta, sendo 4 já cumpridas por ela – Elbrus, Kilimanjaro e Aconcágua e última conquistada, Everest a maior montanha do mundo.

O preparo físico
Condicionamento físico para encarar os desafios que Karina está habituada é fundamental. Como médica, ela sabia exatamente como deveria estar fisicamente para escalar o Everest e não fez por menos. Foram treinos árduos, alimentação regrada e muito cuidado com a saúde.

Eu comecei a "treinar" para o Everest desde que voltei do Nepal em julho de 2010. Primeiro, foram anos de preparo mental e isso consegui competindo em todos os esportes que fiz a vida inteira. Os treinos físicos pesados começaram com aproximadamente um ano antes. Foram muitas subidas com cargas em escadas, corrida de montanha, escaladas em rochas e alimentação regrada para estar preparada para a montanha mais alta do mundo”.

Mesmo ciente de que estava bem fisicamente para enfrentar a escalada, Karina passou por algumas 
dificuldades ao subir a montanha. As maiores foram o frio e os ventos. Por lá, as temperaturas chegam 
a –50 graus e o ar é extremamente seco. “Tenho asma e chegando próximo aos 6.000 metros sofri 
bastante com a falta de ar”, conta a atleta.

Para se ter uma ideia do esforço físico pelo qual ela passou, a perda de peso foi algo bem visível. 
Embora tenha tido uma alimentação regrada, Karina conta que é normal emagrecer bastante em alta montanha. 
“Perdemos tudo lá, principalmente músculos.  Uma pessoa sem fazer muita atividade já gasta umas 2000 calorias por dia. 
Um escalador nas condições que eu estava, com temperaturas de -40 graus acima de 8000 m chega a perder 15.000 
calorias no dia de cume”, explica. 

Como médica, Karina tem experiência de sobra para falar o que pode acontecer a um escalador que não está preparado
 fisicamente para uma aventura como essa ou que comete erros durante a subida ao cume. Segundo ela, o corpo humano 
não está acostumado para essas grandes altitudes e mesmo com um bom preparo físico, erros pequenos durante a escalada 
podem complicar muito a vida de qualquer pessoa, seja um atleta ou não.

“Se aclimatar bem é uma regra para os escaladores que vão para altitudes superiores a 5000 m e voltam para dormir em 
altitudes mais baixas. Isto de certa forma “engana” o corpo humano e o orça a produzir mais hemácias. Se não se aclimatar bem,
 com certeza terá complicações durante a escalada. Normalmente os escaladores apressados sofrem demais com o mal da 
montanha e pode evoluir até a um edema pulmonar ou edema cerebral”, revela.
 
Foto: Tato Alves
O treino nada fácil de Karina
Acostumada a treinamentos diários, Karina sempre mantém
 seu físico em forma. 
Porém, para a escalada, precisou de um 
treinamento específico.
A dieta também foi modificada para o objetivo que tinha. 
Antes do Everest, por uns 8 meses Karina abriu mão de 
comer doces e
 carboidratos, e consumiu bastante proteína pois sabia que no 
Nepal a carne é escassa e precisaria de proteína para manter a 
massa magra. 
Nessa preparação, Karina também usou Whey Protein isolado, 
BCAA e polivitamínico.

Karina treina com a personal trainer Daniele Balhes desde 2012 e foi ela quem a auxiliou durante os treinamentos para a escalada do Everest. De acordo com Daniele, o ideal para o treinamento seria um treinamento no próprio ambiente natural de montanha, mas como isso não foi possível em dias de semana, escadas, ladeiras, esteira e bicicleta ergométrica, pesos extras como mochila e correntes para trabalhar fortalecimento e resistência muscular de membros inferiores foram os principais recursos que elas usaram para driblar o fato de estarem longe do local do desafio.

“Utilizamos o treinamento funcional trabalhando o sistema cardiorrespiratório, auxiliando o ganho de força e resistência muscular geral. Sempre periodizamos os treinos da Karina. Sobre a frequência dos treinos foram três vezes por semana nos primeiros meses e depois no mínimo quatro vezes próximo a escalada”, diz a personal.

Ainda de acordo com Daniele, Karina aceita qualquer desafio e durante as aulas ela realiza muitos exercícios diferentes e com maior grau de exigência como subir escadas com o namorado, que tem quase 2 metros de altura, nas costas, subir em corda marítima e carregar pneus.

A musculação não foi parte fundamental do treino de Karina ao desafiar o Everest. Porém, em alguns momentos da preparação física dela, alguns exercícios de musculação foram realizados, normalmente como forma de fortalecimento para corrigir algum desequilíbrio muscular.

A base dos treinos de Karina são com exercícios funcionais. Primeiro, por ser uma preferência pessoal, depois porque tentamos ao máximo chegar mais perto da realidade esportiva dela, trabalhando assim o princípio da especificidade, Além disso, Karina tem grande facilidade em ganhar massa muscular e para boa parte dos esportes que ela pratica não é interessante estar mais “pesada”. Para cada objetivo, usamos  determinados equipamentos, mas alguns estão sempre presentes como barra fixa, corda marítima, bancos para saltos, kettlebell, pneu e correntes. 


 



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

30 Arnold Classic Columbus 2018 - Amador

30 Arnold Classic - Columbus Ohio Pro

Por que sentimos sono depois de uma grande refeição?