Dia Mundial do Café: Bebida que aquece e encanta

Descoberto pelos monges há mais de mil anos, o café não só atrai como também promove uma série de benefícios para a saúde
 Conta a lenda que, há mais de mil anos, um pastor da Etiópia notou que suas cabras ficavam mais despertas e dispostas ao saborear o fruto avermelhado de alguns arbustos da região. A observação foi compartilhada com um monge amigo, que decidiu experimentar o poder dos frutos, criando uma bebida a partir de sua infusão. A nova bebida o ajudava a resistir ao sono durante suas longas horas de leitura e oração. Logo a descoberta se espalhou por entre os monastérios islâmicos do Yemen, popularizando a bebida e seu uso.
 Mas foi na Arábia que o café ganhou seu nome e começou a ganhar sua fama. Foram os árabes que tiveram a ideia de torrar os grãos antes de transformá-los em bebida. A partir de 1615, o café começou a ser saboreado no continente europeu, levado por viajantes constantes do oriente médio. Ali, a bebida encantou italianos, franceses e alemães, mas foram os holandeses os primeiros a conseguir cultivar a planta naquele continente. Dali para que o café pudesse conquistar o mundo, foi um pulo.
 Mas o que faz do café esta bebida tão encantadora, repleta de fãs? Para Silvia Oigman, pesquisadora do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino – IDOR, o segredo do café pode estar na riqueza de seus compostos voláteis (que se dissipam no ar) que podem ter centenas de nuances olfato-gustativas atraentes para a grande maioria das pessoas.
 “O café é uma potência em aromas! Ele contém mais de mil compostos voláteis, nunca vistos em nenhuma outra espécie vegetal. Um café de boa qualidade, processado corretamente, possui diversas notas sensoriais como chocolate, caramelo, nozes... O cheiro e o sabor são muito atraentes e são, com certeza, os maiores responsáveis por seu consumo”, explica a neurocientista.
 Para Silvia, um bom café é uma explosão sensorial para quem o degusta. Isso porque o aroma de café ativa fortemente regiões importantes no cérebro, responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Ela lidera um grupo de pesquisadores que investiga, por meio de ressonância magnética, como o cérebro se comporta com esse intenso estímulo olfativo.
 Mas o café pode gerar mais do que simplesmente bem-estar físico e emocional. Segundo Marcelo Cossenza, pesquisador do IDOR e da Universidade Federal Fluminense - UFF, um de seus compostos mais famosos, a cafeína, possui uma série de efeitos benéficos para o corpo e para o cérebro.
 “A cafeína favorece a funcionalidade cognitiva, melhora a percepção, reduz a fatiga, melhora a consolidação da memória, previne a depressão, reduz a diabetes do tipo 2 e pode até reduzir os sintomas associados à doença de Parkinson. Além disso, ela é muito conhecida por suas propriedades analgésicas e termogênicas, sendo muito utilizada pela indústria farmacêutica” explica Cossenza.
 De acordo com estudos norte-americanos, o consumo de café pode diminuir as chances de acidentes cardiovasculares (infartos) e cerebrais (“derrame” ou AVC), de diabetes e hipertensão, além de diminuir incidência da osteoporose e de crises de asma, nesse caso devido ao efeito brancodilatador da cafeína. A bebida melhora ainda a capacidade de atenção, memória e aprendizado.
 Os horários mais recomendados para se tomar café são no café da manhã, depois do almoço e à tarde. Algumas pessoas não devem consumir café ao fim da tarde ou à noite, pois poderão ter insônia devido à cafeína. 


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