Estudos comprovam que a capacidade de memorização aumenta logo após o sono
O neurocientista brasileiro
Stevens Rehen, membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências, ministrou a
palestra magna intitulada “Neurociência e Educação” na primeira edição do Ibmec
Day, evento promovido pelo Ibmec, que levou especialistas para discussões sobre
vários temas no campus Barra (RJ). Stevens é especialista em
células-tronco e é professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da
UFRJ e coordenador de pesquisa do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.
O neurocientista fez um resgate
histórico das grandes revoluções da ciência biomédica nos últimos 20 anos.
Esses acontecimentos estão mudando a forma de fazer escolhas em relação à
família, qualidade de vida e longevidade. Segundo ele, “tem coisas acontecendo
hoje que há cinco anos pareceriam ficção científica. Quem iria imaginar que com
um pedaço de pele eu consigo criar um mini cérebro com a mesma carga genética
de quem doar o cérebro”.
Stevens apresentou estudo recente
de colegas brasileiros da UFRN que comprova que uma pessoa precisa dormir para
aprender, que o sono não é só questão de descanso, tem a ver com a retenção da
memória. Na opinião dele, “a privação do sono é um grande problema social da
atualidade. Nos últimos 50 anos, temos reduzido consideravelmente o tempo
de sono. Hoje, a média de sono é de 6 horas, quando deveria ser de, no mínimo,
7 horas por noite. Isso acaba comprometendo muito o aprendizado”.
Hoje a neurociência explica como
a atividade física, cuja prática pode gerar novos neurônios (neurogênese),
assim como o sono, é fundamental para a boa memória. “Tirar um cochilo logo
após o aprendizado tem um impacto muito grande na retenção de informação. A
falta do sono tem consequências para a memória porque o cérebro se reorganiza
durante o sono”, acrescenta ele.
Numa definição sobre
neurociência, Stevens disse que é o estudo do cérebro em suas mais variadas
dimensões, que é uma grande área que está na fronteira do conhecimento. Para
ele, “hoje em dia algumas das principais questões da humanidade são:
identificar se há vida em outros planetas e entender melhor o funcionamento do
cérebro, esse pequeno órgão que pesa apenas 1,5 kg e responde pelo que está
acontecendo aqui e agora. Por esse motivo está havendo investimento público e
privado nas neurociências para melhorar a qualidade de vida das pessoas”.
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