Atividades físicas ajudam a combater dores crônicas
Os exercícios são a intervenção não medicamentosa mais usada e
estudada para tratar a fibromialgia
Que
praticar exercícios físicos regularmente ajuda a controlar a pressão arterial e
a diabete, além de contribuir para a manutenção do peso saudável, não é
novidade. Mas também as pessoas que sofrem de dores crônicas, como os pacientes
de fibromialgia, podem se beneficiar das atividades físicas. Embora a
doença não tenha cura, a prática de exercícios físicos é, justamente, a
intervenção não medicamentosa mais empregada e estudada para o tratamento dessa
enfermidade.
Mais
comum entre as mulheres, especialmente entre os 30 e os 50 anos de idade, a
fibromialgia é uma síndrome de alta prevalência na população mundial. Doutor em
reumatologia pela Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São
Paulo, o médico Milton Helfenstein diz que o aumento dos níveis de
neurotransmissores que inibem a dor, liberados durante o exercício físico,
ajudam a trazer bem-estar ao paciente.
Todos
os tipos de atividades físicas são recomendadas para os pacientes com
fibromialgia, exceto se houver alguma doença concomitante que ofereça
contraindicação. “Há evidências de que a atividade física aeróbica pode
melhorar o quadro doloroso, o sono, os aspectos psicológicos e a qualidade de
vida. Portanto, quando são respeitados os limites e o condicionamento atual da
pessoa, a atividade física não é prejudicial”, afirma Helfenstein.
A
maioria dos pacientes costuma se beneficiar mais de modalidades aeróbicas, como
caminhada, corrida, bicicleta, dança, natação e hidroginástica. Também são boas
opções o tai chi chuan, a ioga e o qigong, um tipo terapia de movimento
chinesa.
Um
cuidado importante é procurar orientação profissional para que os exercícios
sejam adequados ao perfil do paciente. “Os programas de exercícios aeróbicos
devem ser individualizados, ter início em um nível logo abaixo da capacidade
aeróbica do paciente, e progredir de forma lenta e gradual em frequência,
duração e intensidade, assim que seu nível de condicionamento e de força
aumentarem”, esclarece o médico.
Para
se beneficiar da atividade física, é indicado exercitar-se pelo menos três
vezes por semana. Recomenda-se evitar treinos no final da noite, para que o
sono não seja prejudicado. A melhora da capacidade cardiorrespiratória e da
qualidade do sono, além da correção de posturas inadequadas e da prevenção de
outras enfermidades, são mais alguns dos benefícios que as atividades físicas
proporcionam aos pacientes.
Vale
ressaltar que exercícios não substituem o tratamento medicamentoso. Ambos devem
ser realizados concomitantemente, de forma complementar. Os analgésicos
podem ser utilizados para aliviar os sintomas. Contudo, as melhores opções são
os medicamentos que atuam alterando as mensagens de dor transmitidas para o
cérebro. Este é o caso de Lyrica (pregabalina), cuja ação é diminuir a
liberação de neurotransmissores que pioram a dor, reduzindo o excesso de
mensagens de dor transmitidas para o cérebro. Ao amenizar esse incômodo, o
medicamento também melhora a qualidade do sono do paciente e reduz a ansiedade.
Contudo, para identificar o melhor tratamento e obter o diagnóstico correto é
fundamental procurar um reumatologista.
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