Síndrome metabólica atinge uma em cada quatro pessoas
Dados do Ministério da Saúde revelam que
praticamente metade da população brasileira está acima do peso ideal (48,5%).
Mas, se a obesidade ainda é motivo de preocupação, agora as lentes estão
voltadas para a Síndrome Metabólica (SM), conjunto de doenças que atinge uma em
cada quatro ou cinco pessoas e multiplica os riscos do infarto, por exemplo:
circunferência abdominal acima da medida ideal, pressão alta, e elevação nas
taxas de glicemia, triglicerídeos e colesterol (HDL).
“Indivíduos com SM têm duas a três vezes
mais chances de adquirir uma doença cardiovascular. Nesse sentido, temos
recorrido a técnicas mais sofisticadas para determinar não apenas a gordura
corporal, mas principalmente a visceral. Afinal, temos encontrado elevada
prevalência de SM em pessoas não-obesas, e a gordura visceral parece ser o elo
entre o tecido adiposo e a resistência à insulina, que é uma característica da
Síndrome Metabólica”, diz Leonardo Piber, médico ultrassonografista do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB).
Mais que a medida da circunferência
abdominal e a relação cintura-quadril, Piber afirma que só os exames de imagem
podem avaliar e quantificar a gordura visceral. “O padrão-ouro para determinar
a gordura visceral em uma pessoa é a tomografia computadorizada, já que ela é
capaz de diferenciar o que é gordura subcutânea e o que é visceral. Porém, nem
todos têm acesso a esse tipo de exame – além do inconveniente de submeter o
paciente a uma dose de radiação ionizante. Em anos recentes, passamos a fazer
uso da ultrassonografia para avaliar a gordura intra-abdominal, auxiliando no
diagnóstico da Síndrome Metabólica. Além de conseguir medir a gordura visceral,
trata-se de uma técnica simples, não-invasiva, de baixo custo e sem risco de
radiação”.
De acordo com Leonardo Piber, o uso do
ultrassom permite medir a espessura da gordura abdominal subcutânea e visceral,
separadamente, fazendo uso de um transdutor posicionado logo acima do umbigo do
paciente. A espessura do tecido adiposo visceral obtida tem boa correlação com
a área desse mesmo tecido quantificada pela tomografia. “A opção pelo exame
ultrassonográfico tem se mostrado não só muito simples e eficaz, como também
original, já que esse exame não costumava ser usado na avaliação da gordura
visceral e muito menos no auxílio ao diagnóstico da Síndrome Metabólica.
Trata-se de um grande avanço”.
O especialista aponta outro avanço na
defesa do uso do ultrassom para diagnosticar acúmulo de gordura visceral. “No
caso de pacientes que sofrem de esteatose hepática, também conhecida como
‘gordura no fígado’, esse exame tem se mostrado de grande importância também.
Vale ressaltar que, exercendo muitas funções fundamentais para o organismo, o
fígado pode inflamar e evoluir para quadros mais graves, como cirrose hepática
e câncer. Daí a relevância em se lançar mão de um exame acessível, rápido e
fácil para tomar medidas preventivas a tempo de salvaguardar a qualidade de
vida do paciente”.
Fonte:
Dr. Leonardo Piber, médico ultrassonografista do Centro de
Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo – www.cdb.com.br
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