O que acontece quando restringimos nossa alimentação

  Há tempos que a ditadura da beleza, disseminada pelos meios de comunicação e passarelas, impõe um padrão às vezes inalcançável para muitas pessoas. Assim surgem as dietas da moda, que hoje se tornaram uma questão de saúde pública, já que causam tantos males e doenças como a bulimia, anorexia, compulsão e até depressão.

  Esses modismos alimentares que restringem determinados nutrientes, prometendo milagres e tendo como “garotas propaganda” celebridades viraram tendência nos últimos anos. Neste histórico, ficou conhecida no fim dos anos 90 a “Dieta da Proteína”, 
desenvolvida pelo dr. Atikins, que reduzia o consumo de carboidrato na alimentação e os pacientes perdiam peso. Cerca de 20 anos depois o livro Dukan Diet foi publicado no Reino Unido e ganhou grande repercussão mundial. A “Dieta Dukan” ou “Dieta Francesa das Proteínas”, que emagreceu a princesa Kate Meddleton e mudou o corpo de Jennifer Lopez, ficou famosa na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil.

  Mas o que acontece com o nosso corpo quando restringimos o carboidrato da alimentação?
Junto com alimentos fonte de carboidrato, encontramos vitaminas e minerais importantes para o funcionamento do corpo. Desta maneira, as dietas com restrição podem acarretar carências nutricionais importantes.

  Os carboidratos são a nossa principal fonte de energia. São também responsáveis por atividades corriqueiras como andar, correr e trabalhar. De acordo com o Ministério da Saúde, devemos consumir entre 50 e 60% deste nutriente por dia em nossa alimentação. Ou seja, de tudo o que consumimos por dia, pelo menos metade precisa ser fonte de carboidrato. Quando há restrição, algumas consequências comuns são dores de cabeça, stress, irritabilidade e lentidão de raciocínio.

  Com o consumo adequado e equilibrado, dentro das porções recomendadas para cada um, os benefícios são claros: fornecimento de fibras, minerais e vitaminas; aumento de performance, metabolismo do corpo em harmonia e até prevenção de algumas doenças como obesidade.

  Quando o objetivo é emagrecer, o mais indicado é a conversa com um nutricionista para, proporcionalmente, fazer uma redução de tudo o que é consumido ao longo do dia, sempre respeitando preferências e restrições. Quando se exclui um grupo de alimentos do dia-a-dia é provável que em longo prazo possa conduzir a uma deficiência. E o pior, levar a compulsões, fator perigoso e preditivo dos transtornos alimentares.

O mito do gluten-free
O endocrinologista Dr. Marcello Delano Bronstein, professor da Faculdade de Medicina da USP - Universidade de São Paulo, traz à tona outro tema de repercussão: “Gluten-Free ou NÃO”. Quem de fato deve restringir o glúten da alimentação?

  Segundo o especialista, é necessário alertar para o vasto leque de manifestações clínicas da doença celíaca, que atinge 1% da população mundial, mas sem que se deixe de tomar atenção à crescente popularidade das dietas gluten-free. Para ele, o aval de celebridades para os méritos deste tipo de regime alimentar ajuda na disseminação de erros e inverdades, já que não existem publicações e evidências científicas que atestem que a retirada do glúten da alimentação leva ao emagrecimento de pessoas sem doença celíaca ou livres de sensibilidade ao glúten.


  Bronstein reforça ainda a importância de assinalar que as dietas gluten-free não necessariamente são hipocalóricas, uma vez que alguns produtos sem glúten consumidos nas dietas efetivamente têm maior valor calórico do que seus equivalentes que contém o nutriente. 

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