Genoma humano na nutrição é tendência para melhorar estilo de vida e prevenir doenças
Ainda pouco conhecida, a nutrigenômica é o ramo da
nutrição que estuda o impacto da alimentação na expressão dos genes,
responsáveis não só pela estrutura e funções metabólicas das células, mas do
organismo como um todo. Segundo o médico endocrinologista especializado
em nutrologia, Mohamad Barakat, a especialidade vai de encontro à preocupação
cada vez maior da população com a saúde.
“Muitas pessoas, principalmente aquelas com histórico
de doenças na família e hábitos de vida não saudáveis, se preocupam com a
chance de adquirir doenças no futuro. Com o avanço da ciência, por meio
da genômica nutricional, já é possível saber como os nutrientes que consumimos
e nosso estilo de vida afetam diretamente os genes relacionados à saúde”,
explica.
Nutrição individualizada
O conhecimento das interações entre os genes e os
nutrientes consumidos possibilita desenvolver estratégias
de nutrição individualizadas para a promoção da saúde e do bem-estar. Outro
ponto importante é na prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis, como
hipertensão e diabetes.
“Um bom exemplo é o brócolis, conhecido por ser
um alimento rico em nutrientes importantes, como Magnésio, Cálcio e Potássio.
Descobriu-se que o legume também possui uma molécula específica, o sulforafano,
capaz de inibir a expressão de genes ligados ao processo de desenvolvimento do
câncer”, comenta Barakat.
Outro caso é o dos ácidos graxos polinsaturados como o
ômega 3, esse macronutriente é responsável por ativar genes que protegem contra
doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Vale ressaltar que o mesmo vale
para o outro lado, já que os alimentos processados podem conter diversos
aditivos e substâncias químicas que estimulam a ativação de genes relacionados
a doenças crônicas.
Tendência para o futuro
O especialista conta que a nutrigenômica ainda é um
campo recente, em constante evolução, mas que promete um entendimento cada vez
maior do efeito da nossa alimentação no organismo. Seus frutos, aponta, serão
cada vez mais notados conforme o decorrer das próximas décadas.
“Hoje vemos que a análise genética, feita a partir de
uma pequena coleta de saliva, permite que a medicina tenha conhecimento da
chance do paciente desenvolver determinados tipos de doença anos antes de seus
sintomas se manifestarem. No futuro, esses dados poderão ser analisados para o
desenvolvimento de uma dieta personalizada, com alimentos que vão, desde o
começo da sua vida adulta, prevenir doenças e garantir um envelhecimento mais
saudável”, finaliza.
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