Como enfrentar o mal estar inicial de deixar o cigarro
O Brasil comemora no próximo sábado, dia 29, o
Dia Nacional de Combate ao Fumo. Com o maior conhecimento sobre os malefícios
do cigarro, a cada ano mais pessoas buscam parar de fumar e se deparam com as
adversidades iniciais, como ansiedade, dificuldade de concentração, irritação
e dores de cabeça. O nível de desconforto varia de pessoa para pessoa, mas o
que nem todos sabem é que os sintomas incômodos costumam passar depois de 30
dias.
"Parar de fumar é um grande desafio. Em
primeiro lugar, é necessário que o paciente queira parar. A motivação pessoal
é muito importante", explica a pneumologista do Complexo Hospitalar
Edmundo Vasconcelos, Tânia Pereira Ignacio. "A partir daí, e com ajuda
médica especializada, a chance de sucesso é muito grande", garante a
médica.
Os primeiros 15 a 30 dias são os mais difíceis,
segundo a especialista. Por isso, é recomendado que o paciente abdique de
atividades que aumentam sua vontade de fumar, como tomar café ou bebidas
alcoólicas. Nesta fase, a ingestão de líquidos, principalmente água, pode ser
um grande aliado. É importante também evitar substituir o cigarro por
alimentos, pois isso pode representar um ganho de peso indesejado para a
maioria das pessoas.
A alimentação é um ponto de atenção, pois muitas pessoas tendem a ganhar peso ao parar de fumar. O ideal é aproveitar esse momento de mudança no estilo de vida para adotar hábitos mais saudáveis, como alimentação equilibrada e atividades físicas.
A forma de tratamento mais adequada para deixar
o cigarro deve ser decidida entre médico e paciente e ambos devem estar de
acordo com o tratamento proposto. O recomendado é ter acompanhamento médico
por um período mínimo de três meses. As formas de tratamento variam a cada
paciente, mas podem envolver desde psicoterapia, individual ou em grupo, a
até medicamentos e adesivos de nicotina.
"Não começar a fumar também é um grande
desafio. Temos percebido um grande aumento na cessação do tabagismo entre a
população adulta, porém nossos jovens e adolescentes ainda estão começando a
fumar", afirma a pneumologista. Ela alerta, por exemplo, que o uso por
80 minutos do narguilé, muito comum entre jovens, equivale a fumar 100
cigarros.
"As substâncias presentes nos derivados do
tabaco são diretamente responsáveis por aproximadamente 50 doenças",
explica Tânia Ignacio. Entre elas estão enfisema pulmonar, problemas
cardiovasculares e inúmeros tipos de câncer. São mais de 4.700 componentes
tóxicos, como o monóxido de carbono (mesmo gás venenoso que sai do
escapamento de automóveis) e a nicotina (droga psicoativa responsável pela
dependência química), que também causam infertilidade, halitose e
envelhecimento precoce da pele. Em gestantes, o fumo é responsável por
abortos múltiplos e episódios de hemorragia, além de problemas na placenta e
nascimentos prematuros. O cigarro ainda está relacionado a uma taxa elevada
de morte fetal e de recém-nascidos.
A médica também analisa os problemas que os
indivíduos não fumantes enfrentam. Fumantes passivos possuem um risco 30%
maior de desenvolver câncer de pulmão e 24% maior de episódios de infarto.
Crianças que convivem diretamente com fumantes têm em maior frequência
doenças respiratórias, como asma, bronquite, rinite alérgica e pneumonias. Em
bebês, o fumo passivo ainda eleva o risco de morte súbita. "Fumantes
passivos também sofrem os efeitos imediatos da chamada poluição tabagística,
entre eles irritação nos olhos, dor de cabeça e aumento de problemas
alérgicos, principalmente das vias respiratórias", afirma a
especialista.
Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo
é a principal causa de mortes evitáveis no País, sendo um importante
fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como câncer,
doenças pulmonares e cardiovasculares. No Brasil, o hábito ainda é mais comum
entre os homens (12,8%) do que entre as mulheres (9%). A faixa etária de
maior consumo é entre 45 e 54 anos (13,2%) e a menor, entre os 18 e 24 anos
(7,8%). Pesquisa divulgada em maio deste ano apontou que o número de fumantes
no País caiu de 15,6% para 10,8% da população, entre os anos de 2006 e
2015.
COMPLEXO HOSPITALAR EDMUNDO VASCONCELOS
Localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos atua em mais de 50 especialidades e conta com cerca de 1.400 médicos. Realiza aproximadamente 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 230 mil consultas ambulatoriais, 145 mil atendimentos de Pronto-Socorro e 1,45 milhão de exames por ano. Dentre os selos e certificações obtidos pela instituição, destaca-se a Acreditação Hospitalar Nível 3 - Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o Prêmio Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil, conquistado pelo quinto ano consecutivo em 2015.
Rua Borges Lagoa, 1.450 - Vila Clementino,
zona sul de São Paulo. Tel. (11) 5080-4000
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