Não tenha medo de pedir menos sal


         World Action on Salt) ou “Ação Global de Sal e Saúde” - em tradução livre e a ALASS (Ação Latino Americana de Sal e Saúde) realizam uma campanha anual, chamada de "Semana de Conscientização sobre o Consumo de Sal", a fim de que todos reduzam o consumo de sal na alimentação.

     Para 2015, o tema proposto é “Fuja do sal escondido”, em referência aos alimentos industrializados que contém quantidades significativas e escondidas de sódio, nutriente que se consumido de forma elevada, é responsável pelo aumento do número de mortes por doenças cardiovasculares, ocasionadas pela pressão alta que hoje atinge cerca de ¼ da população adulta que vive nas capitais do país.

           Na Pesquisa de Orçamento Familiar (2008-2009) feita no Brasil observou-se que o brasileiro consome cerca de 5g de sódio por dia, valor que excede em mais de duas vezes o limite recomendado de ingestão (2g/dia), cerca de 1 colher de chá de sal de mesa. Em âmbito mundial, estima-se que 75% das pessoas no mundo, ou seja, três em cada quatro adultos consomem sódio em excesso.

          O preocupante é que dados de 2010 apontaram que o consumo excessivo de sal contribuiu para 2,3 milhões de mortes no mundo. Entre as principais consequências, incluem-se:
Coração: Insuficiência cardíaca e infrator.
Rins: Insuficiência renal.
Cérebro: AVC - Acidente Vascular Cerebral.

          Desse modo, entidades civis mundiais estão se unindo para conscientização das pessoas sobre a redução de sal na dieta.A Finlândia, França, Irlanda, Japão e o Reino Unido têm demonstrado grande impacto das suas iniciativas de redução de sal.

         No Reino Unido, a agência de alimentos do governo(Food Standards Agency)criou o Semáforo Nutricional (Traffic Light Labelling) para facilitar a compreensão do consumidor sobre a rotulagem nutricional dos alimentos. O método consiste na utilização de cores para indicar os teores de açúcar, gorduras, gorduras saturadas e sódio presentes nos alimentos: o vermelho aponta que o produto contém doses altas; o amarelo, que a quantidade merece atenção; e o verde, que os níveis da substância atendem às recomendações dos órgãos de saúde.

          No Brasil, em 2014 as indústrias alimentícias assinaram um acordo de cooperação entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (ABIA) para monitoramento do uso de sódio em alimentos industrializados e os resultados foram positivos: em um ano, foram reduzidas 1.295 toneladas de sódio em três tipos de alimentos: pão de forma, bisnaguinhas e macarrão instantâneo.

       Importante lembrar que as ações não visam banir o consumo do sal, mas sim evitar o seu excesso. Uma medida radical de excluir esse item da dieta pode levar a consequências deletérias como pressão baixa, descontrole da quantidade de água circulante no organismo, dificuldade na transmissão de sinais nervosos e nas contrações musculares.

Mas onde o sódio se esconde?
          O primeiro alimento conhecido é o sal de cozinha: 40% dele é composto por sódio. Em muitos outros alimentos, somos surpreendidos pela quantidade de sódio.  Medidas simples podem e devem ser tomadas para ajudar a reduzir o consumo de sal e isso inclui nossas opções alimentares. Confira vários alimentos nesse infográfico:

Como reduzir a quantidade de sódio na sua alimentação
          Seguem algumas orientações que vão auxiliá-lo nesse objetivo, seja para controle da ingestão de sódio ou para prevenção.

 - Saiba quais alimentos são ricos em sódio e tente trocar estes por alternativas mais saudáveis.
a) Carnes e peixes processados como presunto, bacon, salame, linguiça, patê, peixe defumado;
b) Refeições prontas ou “snacks” como pizza, pastéis, hambúrgueres e outros lanches prontos, sopas em lata ou sopas em pacote;
c) Salgadinhos como batatas fritas, pipoca salgada;
d) Temperos e molhos prontos;

- Procure por versões dos alimentos com menos sal e "sem adição de sal", quando for comprar, por exemplo, vegetais enlatados e conservas.

- Leia o rótulo e escolha menos sal.A maior parte do sal que consumimos já está presente nos alimentos que compramos.

- Evite usar temperos prontos e caldos concentrados. Procure fazer as versões caseiras, que tem sabor mais leve, porém são muito mais saudáveis.

-Utilize ervas desidratadas, temperos naturais, pimenta e sucos de frutas para temperar os alimentos.

- Evite também o uso de gordura animal como o bacon, toucinho, entre outros.

- Não utilize saleiro à mesa e nem acrescente sal no alimento depois de pronto.

- Reeduque o seu paladar, acostumando-o aos poucos a consumir menos sal. É um processo diário, que precisa de dedicação e foco.

- O hábito dos pais é levado às crianças. Procure envolve-las na preparação das refeições em casa, mostrando quais as opções mais saudáveis e com ingredientes frescos.

- Em preparações que leva mozarela, por exemplo, dispense o queijo parmesão.

- Atenção aos produtos 'light' em sódio ou sal light, pois nem sempre compensa investir. O ideal é reduzir a quantidade adicionada aos poucos até chegar em um nível saudável e seguro.

- Já existe no mercado o sal sem sódio, mas o custo não é lá muito amigável.

Pare. Olhe. Não tenha medo de pedir menos sal. Isso é possível e só depende de você!


Fontes:
WASH(World Action On Salt and Health) - http://www.worldactiononsalt.com
CASH (Consensus Action on Salt and Health) - http://www.actiononsalt.org.uk
AWASH(The Australian Division of World Action on Salt and Health) - http://www.awash.org.au
IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) - Artigo: O sódio que você não vê - http://www.idec.org.br/especial/o-sodio-que-voce-nao-ve#1
SARNO, Flavio et al . Estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, 2008-2009. Rev. Saúde Pública,  São Paulo ,  v. 47, n. 3, June  2013 .   Disponível em http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v47n3/0034-8910-rsp-47-03-0571.pdf. [Acessado em 30  Mar.  2015].
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de OrçamentosFamiliares 2002-2003 – POF. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=25.  [Acessado em 30  Mar.  2015].

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