A importância do Eletrocardiograma
CONSIDERADO O “RG” DO
CORAÇÃO,
PRIMEIRO ELETROCADIOGRAMA DEVE SER FEITO AINDA NA JUVENTUDE
PRIMEIRO ELETROCADIOGRAMA DEVE SER FEITO AINDA NA JUVENTUDE
Exame centenário diagnostica mais de 90% dos
problemas cardíacos e deve ser feito em crianças e adolescentes em início de
prática esportiva ou que possuem histórico de doença cardiovascular na família
A
cada ano, cerca de 140 mil pessoas morrem de doenças do coração no Brasil,
segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde. Cerca de 90% dessas
mortes, inclusive as decorrentes de mal súbito, poderiam ser evitadas com o
diagnóstico básico de um simples eletrocardiograma, seguido de tratamento e
acompanhamento médicos adequados. Para crianças e adolescentes que vão iniciar
prática esportiva ou que possuem histórico de doença cardiovascular na família,
ele deve ser feito logo cedo, diz o Dr. Carlos Alberto Pastore, cardiologista
do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMSUP).
Uma
boa consulta cardiológica e um eletrocardiograma bem interpretado podem
diagnosticar mais de 90% dos problemas cardíacos, principalmente os congênitos,
poupando milhares de vidas, afirma o médico. Quanto antes essas doenças forem
diagnosticas, maiores as chances de sucesso no tratamento e de que a criança e
o adolescente tenham vida normal, quando adultos. Com esse “RG elétrico do
coração” é possível acompanhar o histórico da evolução ou surgimento das
doenças do sistema elétrico cardíaco ao longo da vida.
Por
outro, alerta o cardiologista do Incor, se forem expostos a uma condição de
stress cardiovascular sem preparo, esses jovens cardiopatas poderão ser em
breve uma das 140 mil pessoas vítimas de morte súbita anualmente no Brasil.
“É
um erro as academias e clubes não exigirem avaliação cardiológica para início
de atividade física. Mesmo que isso não seja solicitado, os pediatras devem
ficar atentos, orientando os pais a levarem os filhos para consulta com o
cardiologista, principalmente antes do início da prática física”, explica o cardiologista.
Foi
justamente a atenção do pediatra que levou a veterinária Ariadne Silva, 53
anos, a submeter sua filha Cecília, aos dez anos de idade, à avaliação
cardiológica, tendo como base o eletrocadiograma (de repouso e de 24 horas).
Uma alteração no ritmo cardíaco da menina (que fazia seu coração bater mais
lentamente do que o normal e era acompanhada pelo médico desde que ela era
pequena) pode, então, ser diagnosticada pelo cardiologista como uma bradicardia.
“Descobrimos,
depois, que essa alteração é encontrada em outros membros da família.
Felizmente ela não é uma condição que traga qualquer limitação à vida da minha
filha, mas precisamos acompanhar”. Hoje, com 18 anos, Cecília está fazendo
cursinho para o vestibular de Direito e é uma praticante assídua de atividade
física: faz ginástica duas vezes por semana, acompanhada de orientação
profissional.
A
experiência serviu de alerta para Ariadne estender essa preocupação com a saúde
do coração para toda a família. Laura, sua filha mais nova, de 12 anos, foi
submetida ao exame cardiológico já aos oito anos de idade, e seu marido,
Wladimir, 47 anos, faz avaliações a cada ano.
O
eletrocardiograma é eficaz também para acompanhar pacientes sob uso de
medicamentos (antibióticos, antialérgicos, antidepressivos e até
antiarrítmicos) que, em alguns casos, agem negativamente sobre o coração.
Principalmente quando o órgão é acometido de uma doença silenciosa, ainda não
diagnosticada. “Muitas vezes, a doença é congênita e não apresenta qualquer
sintoma, mas, ao interagir com medicação inadequada, pode ser fatal”.
ELETROCARDIOGRAMA
O eletrocardiograma registra a atividade elétrica do coração,
que se apresenta alterada no aparecimento ou na evolução de mais de 90% das
doenças cardíacas – principalmente as arritmias, sejam em pessoas doentes ou
saudáveis, e os infartos agudos.
Ao longo da evolução do método de diagnóstico, impulsionada
pelas necessidades específicas dos médicos, foram surgindo diversas variantes
do exame que, em sua forma original, é feito com o paciente deitado e em
repouso. O sistema holter - eletrocardiograma de 24 horas – para avaliação de
arritmias, é um dos resultados desse desenvolvimento. O teste ergométrico, um
eletrocardiograma sob exercício em esteira, avalia a funcionalidade das
artérias do coração.
Atualmente, sistemas computadorizados sofisticados incrementam
as informações do eletro, apresentando traços da atividade elétrica do coração,
a partir dos quais o diagnóstico é estabelecido com maior refinamento e precisão.
Nesse rol, o sistema looper, por exemplo, é capaz de captar eventos esporádicos
das arritmias. O eletrocardiograma de alta resolução, por outro lado, auxilia a
predizer o aparecimento de uma arritmia. O mapeamento eletrocardiográfico de
superfície (Body Surface Mapping) consegue fornecer mais de 80 pontos de
observação do coração.
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