Combate à obesidade infantil mobiliza escolas de São Paulo
O Ministério da Saúde anunciou na última segunda-feira, dia 5 de março, a criação de uma campanha para combater a obesidade infantil. Dados oficiais apontam que mais de um quinto da população brasileira entre 10 e 19 anos enfrentam o problema. A parcela aumenta entre crianças de
O professor de educação física Fábio Marchioreto, do Colégio Giordano Bruno,
“Houve uma grande mudança no estilo de vida do brasileiro nos últimos anos”, diz Fábio. Hoje as crianças brincam mais em espaços limitados, gastando menos energia. Outro fator importante foi a mudança na alimentação dos jovens. “Antes era maior o consumo de refeições
Embora o professor tenha notado uma queda no desempenho das crianças nas atividades da aula de educação física, ele ressalta que as habilidades naturais não foram perdidas. “Com menos tempo e espaço para brincar, é natural que as habilidades não se desenvolvam tanto. Por isso é importante exercitá-las”.
Os perigos da obesidade
O excesso de peso causa diversos problemas em qualquer fase da vida, mas é especialmente perigoso até os 21 anos de idade. “É nesta fase que o corpo cria suas células adiposas, que armazenam gordura”, explica a professora Maria Edna Scorcia, bióloga e coordenadora do Colégio Joana D’Arc. Uma vez criadas, as células não são destruídas e tornam-se um depósito natural de gordura. “A criança que engorda muito terá muitas dificuldades para manter-se magra na vida adulta”, alerta a professora.
A coordenadora do Colégio Dom Bosco, Rossana Santini, mostra que os riscos trazidos com a obesidade infantil vão além da aparência física. “Há casos de crianças com colesterol alto, problema anteriormente associado apenas a adultos, e até com diabetes”, conta a educadora.
Combatendo o problema
As iniciativas tomadas pelas escolas para diminuir a obesidade entre seus alunos vão além da sala de aula. O professor Fábio Marchioreto tem trabalhado junto à comunidade para incentivar as práticas esportivas. O Colégio Giordano Bruno organiza regularmente atividades físicas com os alunos e os moradores da região.
No Colégio Dom Bosco, foi instituída a “sexta-feira saudável”, em que os alunos levam frutas para o lanche escolar. Comidas menos saudáveis, entretanto, são liberadas nos outros dias: “Não adianta restringir se o mundo está cheio dessas comidas. É preciso ensinar as crianças sobre a importância da alimentação saudável”.
As professoras do Colégio Joana D’Arc procuram desenvolver com os alunos a ideia de que uma vida mais saudável pode ser prazerosa. As crianças plantam alface em uma horta hidropônica e levam os produtos para serem consumidos em casa. “É preciso incentivar desde cedo uma alimentação saudável e natural, pois a criança não tem a disciplina necessária para entrar em uma dieta rigorosa”, explica Maria Edna.
No Colégio Ápice, que trabalha com alunos de
Fora da escola, os pais têm papel fundamental na manutenção do peso ideal de seus filhos. “A modulação do que deve ser consumido pela criança precisa passar pelo crivo dos pais. É deles a responsabilidade pela qualidade e pela quantidade dos alimentos que os filhos vão consumir”, explica a psicopedagoga Ana Cássia Maturano.
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