| Levantamento realizado pelo Núcleo de Urologia do Hospital A.C.Camargo junto a 940 pacientes diagnosticados com câncer de testículo e atendidos pelo serviço desde sua fundação em 1953 até 2009 mostra que, quando descoberta em fase inicial, a doença tem cura em até 95% dos casos. Em quadros avançados, que podem incluir a metástase — quando células cancerosas do tumor original migram para outras partes do corpo, formando tumores secundários —, as chances de cura se reduzem, mas continuam maiores que 70%. Esta experiência no tratamento de câncer de testículo será um dos temas do Simpósio Internacional de Tratamento de Câncer Urológico, promovido pelo A.C.Camargo, entre os dias 2 e 3 de setembro no Hotel Pullman, em São Paulo. Serão discutidas questões terapêuticas relacionadas à doença como linfadenectomia, quimioterapia, radioterapia, estratégias para preservação de fertilidade e como amenizar efeitos colaterais do tratamento. Simpósio abordará também os tumores de próstata, rim, pênis e bexiga. As inscrições estão abertas e a programação em http://www.accamargo.org.br/simposiourologia2011. A evolução no tratamento do câncer de testículo ao longo das últimas décadas é um dos fatores para o baixo índice de mortalidade. "Na década de 1970, a taxa de cura nos casos em estágio inicial era de apenas 60%", afirma Gustavo Cardoso Guimarães, cirurgião oncológico e diretor do Núcleo de Urologia do Hospital A.C.Camargo. "Isso se deve à introdução de uma terapia multidisciplinar, que aumentou muito as chances de cura". Mais do que a retirada do tumor, em muitos casos os pacientes devem complementar o tratamento com quimioterapia, radioterapia e até mesmo uma nova cirurgia para retirar resíduos de massa tumoral. O câncer de testículo é mais comum em homens jovens, principalmente na faixa entre 15 e 35 anos. Estima-se que no Brasil a doença atinja 8.300 homens e mata 350 por ano. A doença atinge mais homens brancos (a incidência é de 6,5 casos em cada 100 mil homens, enquanto para negros essa taxa é de 1,3). Os principais fatores de risco são o histórico de câncer na família e criptorquídia, condição em que o testículo não desce para o escroto após o nascimento. Autoexame - Um importante instrumento para o diagnóstico precoce é a realização do autoexame, para tanto, o homem pode ficar de pé, de preferência em frente ao espelho, e verificar a existência de alterações em alto relevo na pele do saco escrotal. Com os dedos indicador, médio e polegar, deve-se examinar cuidadosamente cada testículo para saber se há algum nódulo, tomando cuidado para não confundir com o epidídimo, canal localizado atrás do testículo e responsável por coletar e carregar esperma. Os tumores - geralmente pouco maiores do que uma ervilha - estão localizados com mais frequência nas laterais dos testículos e menos na parte de baixo. | |
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