Infectologista esclarece mitos sobre a vacina contra HPV
Contágio é mais comum nos primeiros três anos
de vida sexual, por isso, o recomendável é vacinar as crianças; meninos podem
tomar a vacina quadrivalente
O HPV (Papiloma Vírus Humano), considerada a
mais difundida doença sexualmente transmissível e a principal causa do câncer
de colo de útero, ainda é uma doença permeada por muitos mitos e dúvidas. “A
maioria das pessoas adquire a doença nos primeiros três anos em que passam a
ter relações sexuais”, afirma o infectologista Dr. Alberto Chebabo, que integra
o corpo clínico do Delboni Medicina
Diagnóstica.
O HPV é um nome
genérico de um grupo de vírus que engloba mais de 150 tipos diferentes e
provoca a formação de verrugas na pele, e nas regiões oral (lábios, boca,
cordas vocais, etc.), anal, genital e da uretra. As lesões genitais são de alto
risco porque podem originar tumores malignos, especialmente do câncer do colo
do útero, canal anal e do pênis.
Estima-se
que mais 70% dos homens e mulheres sexualmente ativos entrem em contato com um
ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas, sendo 46% das mulheres nos
primeiros dois anos de atividade sexual e 60% dos homens nos primeiros três
anos de atividade sexual. “Por conta disso, o recomendável é vacinar os
adolescentes com idade entre 9 e 14 anos de idade, lembrando que isso vale para
as meninas e os meninos”, explica Dr. Chebabo, reforçando que pessoas com mais
idade também podem tomar e se beneficiar da vacinação.
As
vacinas contra o HPV são administradas em três doses, sendo a primeira
administrada[a1] na data escolhida, a
segunda dose com intervalo de 30 ou 60 dias (de acordo com a vacina escolhida)
e a terceira dose com seis meses de intervalo da primeira. Apenas a vacina
quadrivalente (HPV 6, 11, 16 e 18) é recomendada e aprovada para uso em homens.
Resultados dos estudos clínicos demonstraram eficácia de 99% para câncer de
colo de útero, 100% de proteção para lesões de alto grau de vagina e vulva e
99% para lesões genitais externas.
Ele
lembra, ainda, que o contato sexual é a maneira mais comum de contágio,
incluindo o sexo oral e as chamadas “preliminares”. Isso porque somente o
simples atrito da mão, boca ou genitais com a mucosa infectada já são
suficientes para contaminação pelo vírus.
Embora
não substitua outros métodos de prevenção nem permita o abandono do uso de
preservativos, a vacina é mais uma arma contra a doença, já que se trata de um
vírus altamente contagioso.
Além
disso, por ser uma doença silenciosa, que na maioria das vezes não apresenta
sintomas, é muito importante se precaver de todas as formas e consultar
regularmente um especialista para realizar exames periodicamente.
Dúvidas comuns sobre a vacina contra HPV
-
Contágio ocorre nos primeiros três anos de vida sexual, por isso o recomendável
é vacinar crianças a partir dos 9 anos de idade;
-
Os meninos podem tomar a vacina quadrivalente. É importante vacinar o público
feminino uma vez que o vírus está associado ao câncer de pênis, ânus e boca;
-
Os adultos também podem se beneficiar da vacinação, pois ela tem excelente
eficácia;
-
A vacina não dispensa o uso do preservativo, embora seja uma arma eficaz;
-
A vacina ainda tem alguma eficácia para proteção contra outros tipos de HPV,
mesmo após exposição a um dos tipos que estão presentes na vacina. Isso quer
dizer que vale a pena se vacinar mesmo que a pessoa esteja infectada por algum
tipo de HPV;
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Mesmo vacinada, a mulher deve continuar fazendo o exame de papanicolau após o
início da vida sexual. Somente assim é possível detectar as lesões precursoras
do câncer de colo de útero. Quando as alterações são identificadas e tratadas,
é possível prevenir a doença em 100% dos casos.
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