Tapioca: cinco marcas não passam em análise da PROTESTE
A
tapioca pode ajudar a manter a forma, já que não exige gordura no preparo.
Porém, análise com nove marcas de farinhas prontas, realizada pela
PROTESTE Associação de Consumidores, mostra que você pode estar consumindo
sal e conservantes sem necessidade. Os produtos Akio, Sabor da Paraíba, Taeq,
Cisbra e Chinezinho não são recomendados para compra.
E
Taeq e Cisbra trazem bactérias acima do permitido por lei, o que pode causar
intoxicação alimentar. A farinha Akio, por exemplo, traz 36,7 mg de sódio em
100 g, ou seja, mais de três vezes do que o segundo maior do teste
(Taeq, com 12 mg em 100 g).
Os
produtos mais bem avaliados foram das marcas Paraibinha, Da Terrinha,
Pantanal e Beijubom.
Foram
verificadas a qualidade dos produtos, levando-se em conta o teor da umidade
da farinha e a presença de glúten, além da análise de micro-organismos. Para
testar a higiene das tapiocas, foram verificados, entre outros itens,
bolores, leveduras e coliformes fecais. Além disso, foram analisados se
os rótulos das embalagens estavam completos, inclusive considerando a questão
nutricional para constatar, por exemplo, a adição de sal e conservantes.
Diabéticos
ou pré-diabéticos não devem exagerar no consumo do produto, porque o índice
glicêmico (velocidade com que a glicose é absorvida pelo organismo) da
tapioca é alto, maior do que no pão branco e no integral.
Diante
do aumento do consumo da goma (como é conhecida a tapioca), você pode
estar colocando no prato uma tapioca adicionada de sal e conservantes sem
necessidade.
Vale
lembrar que a hipertensão arterial, uma das principais doenças relacionadas
ao consumo de sódio e sal, atinge cerca de 25% da população brasileira
adulta. E é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos
casos de insuficiência renal.
Os
outros conservantes usados na maioria dos produtos não fazem mal à saúde.
Porém, a adição deveria justificar uma validade maior dessas marcas nas
prateleiras, o que não acontece na prática. Algumas marcas - com ou sem
aditivos - possuem o mesmo prazo. E no que se refere a alterações por
micro-organismos, vimos na análise de higiene que os produtos com esses
conservantes se saíram pior: Taeq, Cisbra, Akio e Sabor da Paraíba. Cabe
ressaltar que as duas primeiras marcas apresentaram bactérias acima das
quantidades permitidas.
Na
avaliação da rotulagem, foram identificados ainda problemas na maioria das
embalagens. Alguns fabricantes não informam, de forma clara e de fácil
compreensão, que o alimento está pronto para consumo ou semipronto, como
Taeq, Cisbra, Pantanal e Chinezinho.
A
lista de ingredientes é outra informação que deve constar do rótulo. Neste
caso, por se tratar de um produto hidratado, a água é um item obrigatório, só
que isso não vem na embalagem da Beijubom, que nem traz a relação. Já a
Paraibinha apresenta um texto muito pequeno, quase imperceptível, além de
citar na lista que apresenta "fécula de mandioca especial" (termo
que não existe no mercado).
Na
avaliação, foi levada em conta ainda a data de fabricação, que não é uma
informação obrigatória, mas que a PROTESTE entende que faz a diferença na
hora de comprar um produto mais fresco.
Apenas
quatro rótulos ideais
Foi
verificado também se as marcas citavam o número do lote e o modo de
conservação adequado do produto, principalmente depois de abertas. Só as
marcas Akio, Da Terrinha, Sabor da Paraíba e Pantanal se saíram bem nesse
critério.
Avaliamos
ainda o nível de umidade das farinhas. Ela varia conforme o preparo do trigo
para a moagem e as condições de estocagem e climáticas. Você percebe que a
goma está úmida em excesso quando forma caroços. Esse percentual de água é
essencial para manter a qualidade do produto; porém, quando muito alto, pode
ajudar a desenvolver fungos e bactérias. Nisso, todas as marcas se saíram
bem.
E
a outra boa notícia do teste se refere à ausência de glúten nas gomas. Isso
porque muitas pessoas, sobretudo celíacas (intolerantes ao glúten), optam
pela tapioca justamente por não conter a proteína, presente no trigo, na
aveia, no centeio, na cevada e no malte.
Pedida
unificação das normas
Há
atualmente duas normas para diferentes grupos de alimentos, como, por
exemplo, a tapioca. Elas são contraditórias em alguns aspectos
microbiológicos, como higiene.
A
PROTESTE solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a
unificação das duas normas, na questão microbiológica; e a inclusão de
parâmetros de identidade e qualidade da tapioca, como a umidade, já que hoje
está sendo bastante consumida em todo o País.
|
Comentários
Postar um comentário