Sintomas da endometriose podem ser alterados graças à alimentação


Alguns alimentos podem tanto melhorar o quadro, quanto piorá-lo sensivelmente


Muito se tem insistido na importância de uma alimentação correta para praticamente tudo na vida. Com a fertilidade não é diferente. Mesmo pessoas que tenham alguma doença também podem contribuir para a diminuição dos sintomas seguindo uma dieta saudável. É o caso de um dos males que mais afeta a fertilidade feminina: a endometrioses.

“A endometriose é uma doença enigmática que vem crescendo pelo mundo. Estima-se que de 10% a 14% das mulheres em sua fase reprodutiva (19 a 44 anos) e de 25% a 50% das inférteis sejam acometidas por este mal. Muitas mulheres chegam a sentir tanta dor que se veem impossibilitadas de viver uma vida normal e até mesmo a faltar no trabalho. 

Ela é caracterizada pela presença de tecido endometrial (revestimento interno do útero) fora da cavidade uterina (como ovários, tubas, intestinos, bexiga, peritônio, e até mesmo no próprio útero, dentro do músculo). É uma doença crônica que em casos graves pode ser altamente debilitante”, conta o médico Arnaldo Cambiaghi, especialista em reprodução humana e diretor do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia).

Uma celebridade que teve esta doença, e é considerada maior símbolo sexual até hoje, é a atriz norte-americana Marilyn Monroe que, muitas vezes, faltava ou chegava atrasada a filmagens e compromissos por conta deste problema. Marilyn sofreu vários abortos e nunca conseguiu realizar seu sonho de ser mãe.

Sintomas
Os sintomas mais comuns da endometriose são cólica, menstruação irregular, dor pélvica e infertilidade. O tratamento da endometriose profunda é sempre cirúrgico, feito por videolaparoscopia, é algo extremamente complexo e exige médicos qualificados e experientes neste tipo de intervenção.

“Diversas teorias relacionam o efeito positivo da alimentação sobre a progressão e a agressividade da endometriose. Essa relação ocorre porque a endometriose é uma doença estrogênio-dependente, o que significa que os níveis deste hormônio no organismo podem interferir na progressão da doença”, admite Cambiaghi.

Fibras e antioxidantes
Assim, estudos diversos relacionam a melhora das dores com algumas intervenções nutricionais pontuais, como aumento do consumo de fibras, substituição de gorduras de animais por óleos de boa qualidade e consumo adequado de vitaminas antioxidantes como A, C, E e complexo B.

São boas fontes de vitamina A: damascos, pêssegos, melão cantalupo e vegetais verde-escuros e amarelo-escuros. Das vitaminas A e C: abóbora, tomate, manga, mamão papaia e couve. Da vitamina E: frutas cítricas, morangos, pimentas, repolho, batata-doce e brócolis. Já as vitaminas do complexo B são encontradas em ovos e laticínios (prefira orgânicos), leguminosas e alimentos integrais.

Há também aqueles alimentos que podem agravar a dor como os industrializados, produzidos com excesso de gordura hidrogenada, farinha e açúcar refinados. Alimentos de origem animal são a maior fonte de substancias hormonalmente ativas, pois o tecido gorduroso e produtos à base de gordura animal são grandes retentores de xenoestrogênios, bem como antibióticos, drogas veterinárias e hormônios para estimulo do crescimento. Assim, o ideal é evitar embutidos, carnes vermelhas, leite e derivados não-orgânicos, além de gorduras saturadas.


Arnaldo Schizzi Cambiaghi é diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva, trilha sua carreira auxiliando casais na busca por um filho e durante toda a gestação. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Illinois, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. O especialista além de autor de diversos livros na área médica como Fertilidade Natural, Grávida Feliz, Obstetra Feliz, Fertilização um ato de amor, e Os Tratamentos de Fertilização e As Religiões, Fertilidade e Alimentação, todos pela Editora LaVida Press e Manual da Gestante, pela Editora Madras. 
Criou também os sites: www.ipgo.com.br; www.fertilidadedohomem.com.br; www.fertilidadenatural.com.br, onde esclarece dúvidas e passa informações sobre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade. Apresenta seu trabalho em congressos no exterior, o que confere a ele um reconhecimento internacional.

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