O teste dos Purificadores de água


 Eles vazam, não reduzem a concentração de bactérias na água ou facilitam a proliferação de micro-organismos

Em teste com quatro purificadores de água (Consul CBP35 541; Europa Da Vinci Ice HF Inox 1.400; Latina XPA 775 710 e Ulfer Purigel), todos os produtos testados pela PROTESTE  foram eliminados, seja por vazamento, por facilitarem a proliferação de micro-organismos ou por não reduzirem a concentração de bactérias da água.

A PROTESTE vai pedir a retirada do purificador Latina do mercado. Além de ter sido eliminado por causar vazamentos, foi o único que possibilitou o desenvolvimento de determinados micro-organismos em seu reservatório interno, além do limite aceitável. Essa proliferação contamina a água que, se ingerida, pode causar diarreia, náusea e vômito. O mais surpreendente é que a concentração de micro-organismos aumentou em mais de 10% na água parada no reservatório interno, mesmo depois de ter passado pelo elemento filtrante. Portanto, o purificador piora a qualidade da água em vez de melhorá-la.

Uma das marcas foi eliminada por não reduzir eficazmente as bactérias contidas na água. Outro modelo facilitou a proliferação de micro-organismos na água acumulada no reservatório interno, piorando sua qualidade. Ou seja, a promessa da "eficiência bacteriológica" pode não passar de puro marketing.

Os demais purificadores testados também não passaram nas análises, por não suportarem a pressão da água que vem da tubulação. Diante disso, podem causar uma "inundação" na cozinha do consumidor.

Os resultados serão enviados ao Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), para que tome as providências necessárias. Também serão enviados os resultados aos fabricantes dos purificadores testados, para que melhorem, o quanto antes, os seus produtos.
Não foi encontrado nenhum produto que atendesse a todos os requisitos mínimos obrigatórios de qualidade e segurança. Além disso, por serem produtos certificados pelo Inmetro, que passam por avaliações periódicas, não era de se esperar um resultado tão ruim.

Para beber água de boa qualidade, a saída para o consumidor primeiro é o cuidado com a caixa d'água, seja de uma casa ou de um condomínio. A limpeza deve ser feita, no mínimo, uma vez ao ano, pois é lá que a contaminação geralmente acontece em cidades onde a água é tratada. Se o consumidor fizer isso periodicamente, pode optar por outros filtros, como os que foram testados em 2009 e 2011 e que tiveram bons resultados. Também existe a opção dos garrafões de água, que, em nosso último teste, apresentaram boa qualidade.

O Código de Defesa do Consumidor proíbe que o fornecedor coloque no mercado qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas definidas pelos órgãos oficiais. Neste teste, não houve dúvidas de que os produtos não atendiam aos requisitos da norma NBR 14908.

Não foram avaliadas outras características do aparelho, como a capacidade de resfriamento e o consumo de energia, já que os purificadores foram eliminados nas etapas iniciais do teste.

Os quatro modelos testados funcionam conectados à rede hidráulica e, por isso, devem suportar a pressão da água que vem da tubulação. Mas não foi o que aconteceu.

Numa das análises relacionadas à resistência, partes internas dos purificadores Consul, Latina e Europa não suportaram a pressão recebida. Assim, deixaram vazar água e foram eliminados do teste. Ainda na parte de resistência, todos, com exceção do Latina, que sofreu vazamento, suportaram bem as simulações de uso prolongado.

No critério benefícios à saúde, foi conferida a qualidade dos purificadores para não contaminar a água com metais pesados, como chumbo e prata, ao ter contato com seus componentes internos. A longo prazo, o acúmulo de metais no organismo pode causar problemas crônicos, como alergia, asma e cálculos renais. Felizmente, todos foram bem eficientes nessa tarefa.

Porém, quando foi feito o controle de micro-organismos do reservatório interno de cada produto, a situação mudou bastante. É natural que na água parada nesse recipiente se desenvolvam micro-organismos, só que o aparelho não pode facilitar sua proliferação. Mas foi o que aconteceu com o Latina. A concentração de bactérias da água acumulada no reservatório interno aumentou em mais de 10%, mesmo já tendo passado pelo elemento filtrante. Essa água contaminada, quando ingerida, pode causar diarreia, náusea e vômito, por exemplo. Portanto, o purificador piora a sua qualidade em vez de melhorá-la. Desse modo, eliminamos o produto do teste.

No item eficiência na purificação, conferimos a ação deles para reduzir a concentração de cloro na água fornecida pela rede doméstica - quanto menos cloro, melhor - e observamos se o filtro dos aparelhos diminuía a concentração de bactérias, que surgem pela sujeira do encanamento e má limpeza da caixa d'água.

O Europa foi o que menos diminuiu (80%) a concentração de cloro, em relação aos outros, que atingiram taxas acima de 95%. Já o Ulfer foi o único que não reduziu a concentração de bactérias contidas na água de modo eficiente e, por isso, foi eliminado.

A PROTESTE também questionará a eficiência bacteriológica do purificador Ulfer junto ao Inmetro, que certifica esses produtos, já que ele não reduziu a concentração de bactérias da água que passou pelo elemento filtrante. Logo, o fabricante não pode afirmar que o produto possui "eficiência bacteriológica".

Elemento filtrante passa dos R$ 100
Outro aspecto que deve ser lembrado é o preço desses produtos. O Ulfer, por exemplo, chega a R$ 2,2 mil! E, para todos os modelos, o consumidor ainda terá o custo com a troca periódica do elemento filtrante, peça que retém as impurezas da água. Para os modelos Consul, Latina e Europa, os preços do componente variam de R$ 119 a R$ 173. Já o do Ulfer chega a ser vendido por R$ 344.

A frequência da substituição também varia: em alguns modelos, deve ser feita a cada três meses, enquanto em outros é semestral ou a cada 18 meses. E quem faz a troca? Também não há regra. Alguns fabricantes entram em contato com o consumidor pouco antes do prazo de validade vencer para agendar a substituição.

Para outros casos, é você quem deve estar atento a isso, podendo adquirir e trocar o filtro por conta própria. Não conseguimos encontrar nenhum produto que atendesse a todos os requisitos mínimos obrigatórios de qualidade e segurança. Além disso, por serem produtos certificados pelo Inmetro, que passam por avaliações periódicas, não era de se esperar um resultado tão ruim.


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