MITOS E VERDADES SOBRE O VEGETARIANISMO
Especialista esclarece dúvidas importantes para quem pensa em parar de consumir carne
O número de
adeptos ao vegetarianismo cresce a cada dia. De acordo com uma pesquisa do
Ibope, divulgada em 2012, cerca de 15 milhões de brasileiros se declaram
vegetarianos. O número corresponde a aproximadamente 8% da população. As razões
que levam a tal mudança no cardápio são variadas, passam por ideologia pessoal,
mudança de hábitos e busca por mais qualidade de vida.
Contudo, as dúvidas sobre o impacto na saúde ao eliminar o consumo da carne
ainda são recorrentes. A gerente industrial da Superbom,
empresa alimentícia especializada em produtos saudáveis, Cristina Ferreira,
esclarece os mitos e verdades para quem pensa em se tornar vegetariano.
ü VERDADE: O vegetariano pode sofrer com a
falta de nutrientes, como o ferro, o cálcio e a vitamina B12. Os alimentos vegetais não
são suficientes para suprir a quantidade necessária ao corpo. Quem opta por
essa prática alimentar, deve acompanhar constantemente os níveis desses
nutrientes no organismo. “Caso percebam alguma alteração, devem buscar
orientação médica para que seja ministrada uma correta suplementação,
principalmente, no caso da Vitamina B12. Esse acompanhamento é muito importante
para dietas estritas vegetarianas ou veganas. Para dietas ovo-lacto vegetarianas,
esses nutrientes podem ser facilmente encontrados em derivados do leite e
ovos”, explica.
ü MITO: O fato de que os vegetarianos são
menos saudáveis e mais suscetíveis a episódios de doenças relacionadas a falhas
alimentares. Na verdade, eles têm menos problemas no coração (por serem
mais magros), menos casos de diabetes e têm o colesterol mais controlado. De
acordo com os cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, o risco de
hospitalização e morte por doenças cardiovasculares nos vegetarianos é 32%
menor em comparação com as pessoas que consomem carne e peixe.
ü VERDADE: Não consumir carne é uma atitude
sustentável. Os grupos
vegetarianos e veganos defendem que a produção de carne afeta o
equilíbrio do planeta, pelos altos índices de desmatamento para pastagens para
o rebanho bovino em regiões não recomendadas, como a Floresta Amazônica. De
acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação), é gasto 16 vezes mais água para produzir uma libra (o equivalente
a 0,453 kg) de proteína de carne comparada à proteína vegetal.
ü MITO: Que os adeptos não consomem
proteínas. Os vegetarianos têm à disposição dietas ricas em outras fontes
de proteínas, como soja, feijão, ervilha, castanhas, nozes. Com isso, o adepto pode suprir a necessidade diária de proteína que é de 75 g
por dia, conforme RDC 360 da ANVISA“, complementa a gerente.
ü VERDADE: Em relação às grávidas
vegetarianas, é verdade que elas precisam de mais nutrientes durante a
gestação. Segundo a Sociedade
Vegetariana Brasileira (SVB), o uso de suplementos de ácido fólico e
polivitamínicos é recomendando para qualquer gestante que não consegue consumir
as vitaminas e mineiras necessários com a dieta regular, seja ela adepta
a dieta vegetariana ou não.
ü MITO: Os vegetarianos tendem a viver
menos. Um estudo feito pela
Loma Linda Universit (EUA), com 70 mil voluntários da Igreja Adventista do
Sétimo Dia, aponta que os vegetarianos têm um risco 12% menor de vir a óbito.
Portanto, eles têm uma longevidade maior.
ü VERDADE: As crianças vegetarianas podem ter
o desenvolvimento comprometido caso não tenham uma dieta bem planejada e um
acompanhamento nutricional rigoroso. A
reposição constante de vitamina B12 e o consumo de grandes quantidades de
verduras, legumes, frutas e grãos são essenciais. “Em geral, elas são
mais magras que as crianças que se alimentam com proteínas animais,
mas existem casos de crianças vegetarianas que tiveram comprometimento
neurológico por não terem uma dieta adequada”, esclarece Cristina. Portanto, a
recomendação aos pais é que procurem o auxílio de médicos e/ou nutricionistas,
para que possam orientar corretamente a dietas das crianças vegetarianas e
veganas, montando um cardápio equilibrado de acordo com a idade e o estilo de
vida da criança ou adolescente.
O mais
importante quando o assunto é vegetarianismo é a informação. “Quanto mais a
pessoa conhecer a procedência do que consome, as necessidades do próprio corpo
e a composição de uma dieta equilibrada, que seja capaz de fornecer os
nutrientes necessários, mais certeza ela terá de que está no caminho certo
quanto aos seus hábitos alimentares, melhorando assim sua
qualidade de vida”, conclui .
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