Conviver com cravos e espinhas não é tarefa
fácil. Quem sofre com essa doença tenta de diversas maneiras se livrar das
inflamações e marcas que ela causa na pele, sem contar os problemas de
autoestima. Para esclarecer as dúvidas sobre a acne e explicar suas formas de
tratamento, o dermatologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dr.
Rodrigo Motta ensina qual a melhor forma de lidar com cada grau da
doença.
Segundo o médico, aproximadamente 80% dos
adolescentes e adultos jovens entre 11 e 30 anos vão apresentar acne em algum
grau. Mesmo que, em alguns casos, o problema se resolva de forma espontânea o
tratamento da doença deve ser feito com acompanhamento médico. “A acne possui
cinco graus diferentes de acometimento. O primeiro grau apresenta apenas
cravos, sem lesões inflamatórias como espinhas e cistos, a partir do segundo
grau começam a surgir na pele além dos cravos, pontos amarelos de pus”, diz o dermatologista. De acordo com Dr. Rodrigo, as receitas caseiras não costumam
ser eficazes no tratamento da acne além do paciente correr o risco de piorar
o quadro, “Nesses casos o tratamento é realizado com medicações de uso
tópicos, como, por exemplo, produtos contendo peróxido de benzoíla, ácido
retinóico e seus derivados, antibióticos e ácido salicílico, bem como loções
adstringentes, sabonetes específicos e esfoliantes, além do protetor solar
ideal para cada tipo de pele”, ressalta.
“No terceiro grau as lesões de acne são mais
profundas e dolorosas, avermelhadas e bem inflamadas” comenta o
dermatologista. “Quando o paciente apresenta o grau quatro, as lesões se
comunicam entre si causando inflamação mais grave e aspecto
desfigurante. Este tipo de acne também é conhecido como acne
conglobata”, lembra o Dr. Rodrigo Motta. Já o quinto grau da doença é
mais raro e atinge com maior frequência os homens “nesses casos é comum o
surgimento súbito da acne com lesões graves, como cistos dolorosos que
ulceram deixando grandes cicatrizes, acompanhado de sintomas gerais, como
febre, mal estar e dor no corpo”, explica o profissional do Hospital e
Maternidade São Cristóvão.
Em casos mais graves, normalmente a partir do
terceiro grau da doença o tratamento é mais intensivo, “Utilizamos a partir
desse grau da doença antibióticos orais (tetraciclina, limeciclina e
doxiciclina) e caso necessário podemos instituir o uso da isotretinoína oral
(Roacutan), porém devido ao seu potencial teratogênico que é capacidade de
causar má formação e anomalias fetais e das várias reações adversas
possíveis, esse tratamento fica restrito para os casos mais graves e
refratários a outras terapêuticas, desde que o paciente não tenha
contraindicação para o seu uso”, explica Dr. Rodrigo.
O profissional ainda esclarece que há risco da
acne retornar após o tratamento, porém isso depende de fatores como, “a
produção excessiva de sebo, produção de andrógenos pelo corpo, alteração na
descamação do epitélio do ducto da glândula sebácea, proliferação de uma
bactéria que causa as lesões de acne (Propionibacterium acnes), respostas
inflamatórias e imunológicas do indivíduo, uso de alguns medicamentos e a
ingestão de alguns tipos de alimentos”, comenta Dr. Rodrigo Motta.
“A ajuda médica sempre deve ser procurada, pois
todas as formas de acne podem ser controladas, independentemente do grau
de acne e da idade do paciente, pois no início é sempre mais fácil de
controlar, evitando sequelas na pele. Nos casos em que a acne se manifesta de
forma intensa, pode prejudicar a qualidade de vida e a autoestima do paciente”,
conclui o médico. |
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