Proibição de remédios para emagrecer gerará problema de saúde pública no País





"Prevalência da obesidade aumentará de forma assombrosa", prevê entidade

A Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) se manifestou contrária à proposta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a comercialização, no Brasil, de todos os medicamentos usados para perda de peso que atuam no sistema nervoso central. De acordo com a associação médica, a retirada desses produtos da prática clínica no País deve levar o sistema nacional de saúde a um estado de atenção.

"Essa proibição fará a prevalência da obesidade aumentar assombrosamente", prevê o presidente da entidade e médico nutrólogo, Dr. Durval Ribas Filho. "É como proibir insulina para o paciente diabético. As comorbidades decorrentes da obesidade também aumentarão absurdamente, e os gastos com esses tratamentos serão muitas vezes maiores do que o tratamento farmacológico atual", explica.

Para a entidade, a impossibilidade de controle farmacológico da obesidade com acompanhamento médico acarretará um efeito em cadeia, com a multiplicação dos casos de hipertensão, doenças cardiovasculares, problemas de coluna, altos níveis de colesterol e triglicérides, incidência de diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Até mesmo as cirurgias bariátricas, que apresentam altíssima taxa de mortalidade, na casa dos 2%, devem se tornar mais frequentes sem a opção desses medicamentos, segundo a ABRAN.

"Sem contar que esse aumento dos problemas de saúde implicará ainda em mais gastos com tratamento dessas comorbidades. Nosso sistema de saúde irá à falência. Essa proibição é irresponsável", ressalta o Dr. Ribas. "Nós já vivemos em ambientes favoráveis para ganho de peso e desenvolvimento de comorbidades ligadas à obesidade, com poucas horas de sono, alimentação inadequada, estresse e alto índice de sedentarismo, entre outros fatores. Não podemos ir na contramão das necessidades do País".

Responsabilidade do médico junto ao paciente

De acordo com a associação dos médicos nutrólogos, a proposta de proibição desses medicamentos pela Anvisa é desnecessária. "Nenhum médico prescreve algum medicamento sem saber se o paciente pode ou não administrá-lo. Médicos são profissionais responsáveis e as autoridades mais legítimas para indicar opções de tratamento aos pacientes. Não indicamos sibutramina a pacientes com problemas cardíacos, mas e quanto aos outros?", indaga o presidente da ABRAN.

Para o médico nutrólogo, a pessoa com obesidade é o paciente mais discriminado na sociedade, inclusive no que diz respeito ao tratamento. "É comum achar que o obeso não precisa de remédio porque não está doente, que basta fechar a boca e fazer atividade física. Não é assim, mas isso também não significa que o tratamento farmacológico seja a única solução. Obesidade é doença e precisa de acompanhamento médico, caso a caso".








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