AIDS avança com mudança radical no perfil do doente

Ainda há mais casos da doença entre homens do que entre mulheres, mas a diferença vem diminuindo ao longo dos anos

 

No início, a epidemia foi associada a grupos de risco, como sexo entre homossexuais, profissionais do sexo, hemofílicos e usuários de drogas endovenosas. No entanto, hoje, é grande a incidência do vírus entre homens e mulheres heterossexuais que não usam drogas e mantêm relações estáveis. Tal fato revela uma mudança radical de perfil do paciente com AIDS, com aumento de casos entre adultos e jovens. Dados do Boletim Epidemiológico de AIDS do Ministério da Saúde mostram novos números da enfermidade no Brasil: são 592.914 casos registrados desde 1980, sendo que a taxa de incidência oscila em torno de 20 casos por 100 mil habitantes.

 

Segundo a Dra. Januária Peres, médica infectologista do HUSF (Hospital Universitário São Francisco) não existe mais grupos de risco e, sim, comportamento de risco. “E esse comportamento é referente, principalmente, à prática de relação sexual sem uso de preservativo”. De acordo com ela, ainda há mais casos da doença em homens do que em mulheres, mas essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos. “O aumento proporcional pode ser observado pela razão de sexos (número de casos em homens dividido pelo número de casos em mulheres). Em 1989, a razão de sexos era de seis casos de AIDS no sexo masculino para cada um caso no sexo feminino. Em 2009, chegou a 1,6 caso em homens para cada um em mulheres”, afirma.

 

A faixa etária em que a AIDS é mais incidente, em ambos os sexos, é de 20 a 59 anos. A única faixa etária em que o número de casos de AIDS é maior entre as mulheres é entre jovens de 13 a 19 anos. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada 10 em meninas. Os dados também mostram queda na incidência de casos de AIDS em crianças menores de cinco anos: comparando-se os anos 1999 e 2009, a redução chegou a 44,4%.

 

Dra. Flávia Rossini, também médica infectologista do HUSF, fala sobre a forma de transmissão. “Entre os maiores de 13 anos, prevalece a via sexual. Nas mulheres, 94,9% dos casos registrados em 2009 decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 42,9% foram por relações heterossexuais, 19,7% homossexuais e 7,8% bissexuais. O restante foi por transmissão sanguínea e vertical”, afirma.

 

Bragança Paulista. No município, foram notificados 406 casos de AIDS no período de 1991 a 2009. Confirmando com os dados nacionais, houve predomínio da incidência em indivíduos do sexo masculino (275 casos); a faixa etária de maior incidência também foi entre 20 a 59 anos.

 

 

AIDS. Do inglês Acquired Immunodeficiency Syndrome, ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é uma doença do sistema imunológico, causada pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus). Tal vírus infecta células da imunidade, chamadas linfócitos T CD4, alterando a função e destruindo-as, o que prejudica a defesa do organismo. Por isso, uma das características dessa doença é o maior risco para infecções como gripes, pneumonias, candidíase oral (“sapinho”), tuberculose e meningites.

 

A transmissão do vírus ocorre através de relações sexuais sem uso de preservativo, transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de seringas ou objetos cortantes que possuam resíduos de sangue e, também, da mãe para o filho, durante a gestação, o parto ou amamentação. Dra. Flávia alerta que as principais formas de prevenção são uso de preservativo, durante todo o ato, e em todas as relações sexuais, independente do parceiro ou tipo de relação; o não compartilhamento de seringas e agulhas; esterilização correta de instrumentos cortantes que entram em contato com o sangue, além de rigoroso sistema de testes, para detectar a presença do vírus HIV, nas transfusões sanguíneas.

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