Restrição da publicidade é fundamental para combater o tabagismo

Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) afirma que medidas propostas pela consulta pública da Anvisa são essenciais para prevenção e tratamento do tabagismo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu inicio a uma consulta pública, que se estenderá até o dia 31 de março, sobre novas regras para a comercialização de derivados do tabaco. O órgão apresentou uma proposta de resolução, aberta a sugestões, que, em resumo, proíbe o uso de aditivos como açúcares, aromatizantes, especiarias ou estimulantes em produtos derivados do tabaco, restringe a exposição destes produtos às tabacarias e obriga a impressão da frase “Tabagismo é doença. Você tem direito a tratamento – Disque Saúde 0800.61.1997” nas embalagens, ocupando 50% da maior face visível ao público.

Para a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), a proposta é salutar. Segundo Carlos Salgado, presidente da Abead, a agência pretende reprimir a publicidade que, após ser proibida nos meios de comunicação, se deslocou para os pontos de venda. “A publicidade nos pontos de venda está cada vez mais sofisticada. Esses locais (padarias, lanchonetes, bares, mercados, entre outros) se multiplicaram e foram decorados com mensagens e imagens atraentes para estimular o consumo do tabaco. É comum também as empresas investirem nos chamados pontos de venda móveis, participando, por exemplo, de festas e eventos sociais, além de ser frequente a exposição das marcas durante eventos esportivos”, comenta.

E essas estratégias também obtêm receptividade. De acordo a última Pesquisa Especial de Tabagismo (Petab), realizada em 2008, a publicidade em pontos de venda de cigarros é percebida por 38,2% dos fumantes e por 29,9% dentre os não fumantes. Já as propagandas ou promoções em locais diferentes dos postos de venda, são percebidas por 21,3% da população brasileira. “Inibir a publicidade é fundamental para as políticas de prevenção. O tabagismo é um problema de saúde pública. Além de ser a terceira maior causa de morte evitável no mundo, traz sérias consequencias também para os não tabagistas. No Brasil, por exemplo, sete não-fumantes morrem diariamente vítimas do tabaco”, acrescenta Ilana Pinsky, vice-presidente da Abead.

Segundo a especialista, outro ponto importante levantado pela Anvisa é a proibição do uso de açucares e aromatizantes, já que a utilização destes e outros aditivos aumenta o risco de dependência e de doenças graves, além de ser um dos estímulos para o consumo entre os jovens. O adolescente não gosta do gosto amargo do cigarro na experimentação, por isso várias marcas lançaram no mercado cigarros de “aromas” e “sabores” diversos. E o tabagismo entre esse grupo é crescente e preocupante. Relatório internacional, divulgado no ano passado, aponta que, todos os dias, cerca de 80 mil adolescentes se tornam dependentes do tabaco. E sem nenhuma medida urgente para conter a nova geração de fumantes, haverá mais de 8 milhões de mortes todos os anos até 2030.

Participe da consulta publica promovida pela ANVISA:

Contribuições à CP 117/2010 podem ser enviadas por escrito para o endereço: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Gerência de Produtos Derivados do Tabaco, Avenida Graça Aranha, 206 - 2º andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ - CEP 20030-001 ou fax 61-3462-6790 ou e-mail: controle.tabaco@anvisa.com.br. A proposta receberá sugestões até o dia 31 de março de 2011.

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